23 setembro 2012
Kamchatka-2012: Tolbachik e a Northern Fissure
Dia 16 (2). Tolbachicando!
Turistas durões são atraídos a Tolbachik na alta temporada da mesma forma que o pessoal que trabalha em escritório não resiste às redes sociais no horário do expediente! Mas este ano havia mais turistas do que o normal – talvez até demais. Em Leningrad Base, onde ficamos, havia mais de cem turistas de diferentes países, com grupos da Polônia, da Alemanha, entre outros. Realmente compreensível, pois há muito o que se ver por aqui. Além do deserto preto-vermelho e dos morros da Northern Fissure, ainda há o vulcão plano Ploskiy Tolbachik – simplesmente imperdível.
Não é preciso escalar até o topo (3.140 m): há um mirante um pouco abaixo (3.080 m). Chegar lá é muito simples. É só seguir a trilha já desgastada. Não tem como errar. Mas, apesar do conforto da trilha, subir mais de mil metros é um verdadeiro teste de força física e resistência para uma pessoa que trabalha em um escritório e não está acostumada a fazer atividades físicas. Mas a caminhada morro acima definitivamente vale a pena. Você não vai se arrepender. Do mirante, vê-se um espetáculo: a cratera relativamente recente se estende por dois quilômetros de comprimento e 500 metros de profundidade. Maravilhoso!
Que vista!
Só tem um problema para se conseguir uma vista dessa: o tempo no Kamchatka é totalmente imprevisível. De manhã, o céu pode estar claro e ensolarado, sem nenhuma nuvem, mas à tarde o vulcão pode estar envolto por uma neblina úmida impenetrável, diminuindo a visibilidade a metros, e não a quilômetros!
Eu já sofri nas mãos desse clima caprichoso de Tolbachiksky duas vezes. Apesar disso, tentei uma terceira vez. E, cara, não me arrependo. Tive sorte na terceira vez. Vi a cratera do Tolbachik com o tempo ótimo! Vi tudo em sua enorme elegância! Só é uma pena que a vista não coube inteira no visor da minha câmera fotográfica. E eu me esqueci do recurso de foto panorâmica! Paciência. Isso apenas significa que terei de voltar mais três vezes para ter outra chance de fotografá-la corretamente.
Pelo caminho, encontramos vários “vulcanismos” estranhos parecendo animais:
Tartaruga vulcânica?
Passarinho vulcanizado?
Ornitorrinco vulcânico sem os membros?
Dia 17 (3). Mundo perdido.
A Northern Fissure. Um lugar fantástico. Um mundo vermelho e preto. Você realmente começa a imaginar como deve ser andar em outro planeta. Um deserto de lava negra com picos e depressões de minivulcões espalhados aqui e ali.
Imperdíveis:
- Escalar três ou quatro morros vermelhos. As vistas são espetaculares, apesar de você não subir até topo. Em vários morros, no cume, a terra sob seus pés ainda é quente. Tão quente que, se você colocar um galho de árvore (levado por você; não tem árvores aqui!) em uma das rachaduras no chão, o galho se incendiará! E as cores aqui? Ai, as cores…
- Rastejar ao redor do vulcão Zvyozdichka. São só 80 metros de altitude, mas a vista é incrível.
- Caminhar pela “floresta morta”, destruída por lava e cinzas há quase 50 anos. Sinistro.
- Se você tiver tempo, tente ir à Southern Fissure (são necessárias três ou quatro horas; não tivemos tempo)
Os morros, os “tapetes vulcânicos” multicoloridos e outros detalhes têm uma aparência totalmente diferente dependendo do tempo: ensolarado ou chuvoso. Pessoalmente, acho que o cenário fica melhor quando está chovendo. As cores das rochas molhadas são mais brilhantes e ainda mais extraordinárias do que quando estão secas.
E isso é tudo! Agora só falta falar sobre rafting e pesca. Depois disso, as histórias desse ano sobre a Península de Kamchatka estarão concluídas. Até a próxima :)!