27 agosto 2013
O Alasca não estava nem aí…
… para nossa decepção com o tempo neste canto do mundo.
Olá a todos!
Resumidamente, o que vem por aí: fotos do Alasca com breves comentários, depois de uma recente viagem pelo 49º Estado americano. Este lugar é o mais recente entre os meus Top 100 Melhores Lugares do Mundo para conhecer.
Primeira coisa a dizer: é uma região muito chuvosa.
Bem, na verdade, no primeiro dia em Anchorage, houve pelo menos um pouco de sol – e sem chuva. Mas isso não durou muito tempo. Assim que deixamos a cidade, começou nossa viagem de três dias através de Valdez e por Whittier (veja no mapa). O Sol escapou, o céu se abriu e começou a chover de tudo – até salmão.
Infelizmente, não chegamos a contemplar toda a extensão da beleza da paisagem daqui, pois tudo estava envolto por neblina – ou nuvens, ou algum outro tipo de precipitação úmida. Que decepção! Nós tínhamos vindo aqui especialmente para contemplar esse cenário único e tudo o que tivemos foi uma negativa da Mãe Terra. Ok, ela é a chefe …
Ainda assim, não importa o quanto da parte superior do nosso campo de visão estava encoberta, nós fizemos – ufa – e ainda conseguimos confirmar que o Alasca é, de fato, verdadeiramente um país de geleiras e cachoeiras. Geleiras brancas e azuis (por que?) gigantescas e um incontável número de cachoeiras.
Algumas geleiras podem chegar longe – até os fiordes. Grandes pedaços de gelo caem das falésias que estão presas nas geleiras, além da água que escorre de vez em quando.
Nas próximas fotos a altura do gelo que você pode ver é de cerca de 100 metros. Mas, sob a superfície, há muito mais. Na verdade, o gelo não está flutuando como se poderia esperar, estilo Titanic. Não. Há tanta massa que o bloco está deitado no fundo do fiorde – com cerca de 700-800 metros debaixo d’água (acho que é isso que querem dizer com ‘ponta do iceberg’ :). O diâmetro desse pedaço – apesar de não ser a maior daqui – é de quase um quilômetro!
Como vocês podem ver, não tivemos sorte com a chuva, no entanto, não se pode falar o mesmo sobre o gelo…
Normalmente, os barcos não podem ficar tão perto das geleiras como o nosso, pois os fiordes são, geralmente, cheios de pedaços de gelo menores. No entanto, um pouco antes de nossa chegada, houve uma forte tempestade e isso de algum jeito abriu um caminho para nós. Yeh!
Uma coisa eu posso dizer sobre ficar perto de uma geleira do Alasca – com o sol fraco – é que ela fica ainda mais fria! Então, o que fazer quando você vier aqui (é uma visita obrigatória, lembre-se 🙂 : Apenas certifique-se que você tem muita roupa quente e impermeável. Além disso, uma garrafa térmica de chá quente e talvez um bom single malt também ajude :).
Na foto do navegador abaixo, você pode ver que o nosso barco (verde – canto superior direito) foi fora dos limites do que é normalmente ok para velejar e estava em uma área onde normalmente há muito gelo e é muito perigoso … Então, obrigado tempestade!
No entanto, há mais coisas no Alaska profundo do que somente glaciares … há gelo escorrendo das montanhas em forma de cachoeiras e ravinas (só não podíamos vê-los :).
Aqui também existe um longo túnel que atravessa a montanha – só que tem uma única pista na montanha, por isso o sentido do tráfego é alternado conforme o horário. E duas vezes por dia passa um trem pelo túnel!
O quê mais? Ah, sim – os rios aqui são repletos de desovas de salmão. Eu nunca vi tanta abundância de salmão em um rio – mesmo em minha amada Kamchatka!
Acontece que americanos não comem caviar vermelho (o que vem no salmão)! Uma pesquisa mostrou que os moradores não o comem de forma alguma. Eles nunca tentaram! Isso me deixa perplexo. Eu pensei que todo mundo no planeta venerasse e adorasse esta iguaria laranja. Não, totalmente errado. Bem, que surpresa! Duas ideias me vieram à mente de imediato:
1. É uma coisa boa! Imaginem o salto nos preços para o néctar vermelho se os americanos de repente começassem a comê-lo! Como é que haveria o suficiente para satisfazer a Rússia e Japão!
2. Outro ponto positivo: Se a América comesse caviar vermelho não haveria tanto salmão nos rios daqui.
A foto a seguir é utilizada para mostrar o que vimos rapidamente – um bonito pântano com muitos alces, decorado por um arco-íris. Esse cenário não pode ser totalmente capturado através de uma câmera de lente :).
Depois de comprar o imã de geladeira e um copo da cerveja local, ambos mostrados nas fotos abaixo, era hora de colocar minhas botas (não as que mostrei abaixo) e ir para o aeroporto.
No aeroporto, nos deparamos com a rara visão de vários aviões de carga do Sudeste Asiático. Todos estavam amontoados na pista. Vimos dois da Coréia do Sul, um de Cingapura, um de Hong Kong e três de Taiwan. “Eles vieram para pegar caranguejos!”, adivinhou D.Z. Sem dúvida, ele estava certo. E por falar em D.Z., aqui está ele:
Fiquei pensando sobre esses aviões … Se os locais do Extremo Oriente da Rússia como Petropavlovsk ou Yuzhno-Sakhalinsk tivessem aeroportos decentes e infraestrutura, talvez esses cargueiros do sudeste asiático voassem para a Rússia para transportar seu peixe, caviar e caranguejos. Eles estão, afinal, muito mais próximos – no caminho de fato. “A região ia se tornar a nova ‘Grande Rota dos Frutos do Mar'”, acrescentou DZ às minhas reflexões. Correto outra vez!
Isso é tudo por hoje pessoal!
Todas as fotos estão aqui.