Saudemos Copenhagen!

Copenhagen, Dinamarca. Não venho aqui desde fevereiro de 2011. Naquela época o tempo traduzia o clássico de uma capital nórdica, muito frio e muito vento. Desta vez, no verão europeu, dou de cara com sol e calor ao longo de dias longos. As pessoas por sua vez, circulavam calmamente pelos cafés e restaurantes nas ruas, ao passo que ciclistas pareciam mirar nos desavisados (turistas), barcos de passeio carregando pessoas ao longo dos rios e canais. Um paraíso!

Como sempre, terminados os negócios, era chegada a hora de turistar um pouco! Três curtas horas dessa vez. Sem dúvida nenhuma três dias seriam bem mais adequados, mas fazer o quê? Tinha de colocar o pé na estrada naquela noite.

 

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Com pouco tempo a perder, levei meu companheiro de viagem A. Sh – para sua primeira vez em Copenhagen – ao meu local favorito na cidade: Von Freisers Kirke. O que deu certo, como previsto a primeira ideia de A. Sh foi de subir a torre. É claro que concordei com a proposta, até porque em 2011 com as condições de tempo a torre estava fechada, imagina só (turistas escorregando naqueles degraus? Péssima ideia!).

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E lá fomos nós, noventa metros acima pelos degraus de madeira. Durante a subida não consegui parar de pensar o quão ótimo seria se esses degraus existissem em vulcões. Subir os mesmos noventa metros no flanco de um vulcão é uma tarefa que leva muito mais de 10 minutos. Imagino se devemos patrocinar degraus em vulcões.

A escadaria começa dentro da torre do sino, indo para fora. Na foto acima, a espiral que serpenteia a torre para cima é justamente a escadaria! E essa é a vista lá de cima:

À medida que chegávamos ao topo a escadaria ficava mais estreita, o vento mais forte, e eu podia jurar que a torre balançava levemente.

copenhagen-denmark-12Ainda mais estreita?! Isso já ficou ridículo!

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Tive que parar antes do topo, já que minha mochila não passava entre o corpo da torre e o corrimão da escadaria. O físico de A. Sh. era bem mais adequado para o quão fino a passagem ficou, mesmo que no fim até ele tenha tido dificuldade. No fim, um monumento arquitetônico indispensável em qualquer roteiro pela capital da Dinamarca.

 

A seguir: Freetown Christiania!

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De volta a superfície, uma última olhada a torre que acabamos de subir, e de volta a nossa caminhada.

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(Freetown) Christiania: a vizinhança auto-proclamada autônoma desde 1971, hippies “ortodoxos” se instalaram aqui, o que coroou o bairro como uma comunidade anarquista.  Viver onde e como quiser: essa é a lei aqui. Kropotkin aprovaria. Tenho sensações mistas sobre esse lugar: por um lado é uma mancha na paisagem deslocada no meio de uma capital européia contemporânea. Por outro lado, por que não? Deixe-os viver como quiserem – desde que não acarrete em nenhum prejuízo para as vizinhanças mais transacionais. Eles até pagam impostos e tudo.

A Freetown é regida pelo livre arbítrio, por um estilo de vida livre e leve, apoiado pelo clima local e por “ervas” dos mais variados calibres, o cheiro característico domina o local. Carros não são permitidos. Bicicletas são o terror dos desavisados. Murais em todos os lugares. Hipsteres e um clima boemia em harmonia com pais passeando com filhos. Seria um verdadeiro paraíso europeu de verão se não estivesse um pouco descuidado.

Já que nem tudo aqui é exatamente legal, podem te pedir para não usar a câmera. Foi exatamente o que aconteceu comigo. Um drogado nervosinho chegou a me dizer que “fotos são ilegais aqui”. Respondi que “proibir fotografias é ilegal!” Ficou por isso mesmo.

O que posso dizer? Um local muito único no planeta. Incomum, muito interessante. Originalmente, uma coisa hippie genuína acontecendo. Agora, bem, não tenho certeza sobre genuíno, mas ainda muito “hippy”, e agora um dos pontos mais legais e turísticos da cidade. Vale a pena visitar …

Continuamos o passeio.

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Por isso eu não esperava!  Menos de 3km do centro de Copenhague você dá de cara com cenas rurais como essas! Estranho!

…bem legal de certa forma: de volta ao natural e etc – bem na cidade.

Hora de despressurizar um pouco. Foi um dia longo, iniciado com uma apresentação em uma conferência às 9 da manhã, a pior hora do dia para apresentações, seguida por um longo dia de trabalho. Um dia longo e fantástico! Obrigado, Copenhague! Palmas a essa cidade incrível!

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PS – Em um pub no centro vendem-se bitcoins! Não bebemos cerveja nesse, fomos a outro que não lidava com bitcoins.

 

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