5 setembro 2016
Altai – 2016: Cães da onda
Depois de passar pela corredeira de Akkem, tivemos outro dia de pura meditação e atividades contemplativas, que eram interrompidas ocasionalmente pelos comandos do timoneiro para remarmos para lá ou para cá.
Nas margens haviam árvores que tinham sido arrancadas e deixadas às margens depois de um pico de cheia.
A meditação era possível durante as noites às margens do rio e no pico mais próximo nos dias de descanso, como na imagem abaixo.
Incrível…
A propósito, sinal de celular só no topo dos m0rros, não que seja muito estável, era suficiente para receber e enviar mensagens, mas não para realizar chamadas.
Essa montanha dá uma subida razoável. São 350 metros até o pico (o acampamento está a 550m acima do nível do mar, o que quer dizer que o pico fica a 900 m acima do nível do mar).
Até parece que o céu está me incentivando: “Vai lá, continua subindo!”
Enquanto isso no acampamento…
A água nem sempre estava calma. Ás vezes tínhamos de remar quando passávamos por correntezas.
O Rio Chuya flui para o Katun pela direita, depois da qual as corredeiras mais brutas do Katun começam.
A corredeira de Ilgumen possui uma beleza única; Precisa ser vista de perto. Até lá, veja essas fotos, e para aqueles que já a viram, eis uma chance de curtir a nostalgia! 🙂
A placa diz “É proibido nadar”. Bem, imagino que você poderia tentar com um colete salva-vidas, um capacete e uma corda de segurança.
“Dá mesmo para passar pela corredeira?” um dos campistas questionou. “Estamos prestes a descobrir” respondemos.
Um dos carros no acampamento tinha uma placa que dizia “Assistência técnica em informática”. O que foi muito bom já que estávamos quase sem memória na GoPro. Infelizmente, eles não tinham nenhum cartão de memória “a um preço razoável”. O que foi uma pena. Teria sido legal comprar alguns em um lugar tão pitoresco. 🙂
Passamos pela corredeira de Kadrin sem parar, o que significa que não há fotos. Teremos de esperar pelo vídeo da GoPro. Eis uma foto depois de já termos passado:
A corredeira de Shabash também é magnífica.
A onda evolutiva: um rolo surge do nada e respinga com toda força bem na suca cara!
Mas já deu de observar – hora de cair na água. E foi isso que fizemos, sem grandes incidentes.
A corredeira Teldekpen é de cair o queixo. O Katun passa por uma constrição nas pedras na qual não há nenhuma abertura significativa durante a média temporada (quando ocorreu nossa expedição); contudo, existem correntes ascendentes poderosas que favorecem a criação de bolhas. Dizem que uma dessas na época de cheia é capaz de virar um bote ou quebrar um catamarã. Além disso, existem ocasiões nas quais um fenômeno desses sugou um bote de 5 lugares, e depois cuspiu a embarcação e seus passageiros, um por um.
Passamos! Mas quero atravessar de novo.
Curiosos munidos de câmeras com lá no alto, esperando nossa passagem enquanto remamos como loucos e gritamos por nossas mães.
“Muito legal esse parque aquático, e o staff é bem divertido” – esta será o registro no meu diário para um desses dias
Um dos membros do staff guias fez um brinde de noite “Vamos beber em honra aqueles estibordo. Os a bombordo terão de beber onde estão.”
Outro registro no diário diz: “Dependência de tomadas é o tão dos robôs.” Não lembro o porquê de eu ter escrito isso. Talvez a bateria de alguém tenha acabado :).
E agora acabou. Há uma melancolia pelo que chegou ao fim, nostalgia, e desejo de fazer tudo de novo – um dia.
O último registro no diário de acampamento diz: “Cães da Onda”.
Hora de somar tudo.
Esse é o trajeto em forma de oito que percorremos ao longo de três semanas:
Viajamos ~1100 km, incluindo:
– 560 km em automóveis (incluindo um caminhão GAZ-66);
– 60 km em um helicoptero Mi-8;
– 70 km caminhando de ida e volta para o Monte Belukha.
– 420 km de rafting do rio Verkhny Kuragan até o vilarejo de Yelanda.
A rota de rafting começou a uma altitude de 1550 m de altitude e terminou aos 440 m. Isso representa uma descida de 1111 m em 12 dias. A viagem mais longa em um dia foi de 60 km – isso foi pela água no último dia;
Rota de rafting |
Altitude (m) |
Distância percorrida (km) |
Altitude descida por dia |
Queda média de altitude (m/km) |
|
1550 | 0 | Mi-8-MTB | |||
Ago 07 | 1408 | 20 | 142 | 7.15 | |
Ago 08 | 1303 | 19 | 105 | 5.47 | Schoki (“Cheeks”) |
Ago 09 | 1205 | 24 | 98 | 4.10 | Apiário e Sauna |
Ago 10 | 1063 | 44 | 142 | 3.23 | |
Ago 11 | 952 | 42 | 111 | 2.66 | Ust-Koksa |
Ago 12 | 904 | 35 | 48 | 1.36 | Roerich |
Ago 13 | 850 | 33 | 54 | 1.65 | Tyungur |
Ago 14 | 770 | 36 | 80 | 2.25 | Corredeira de Akkem |
Ago 15 | 680 | 51 | 90 | 1.76 | |
Ago 16 | 595 | 32 | 85 | 2.64 | Ilgumen, Kadrin |
Ago 17 | 550 | 21 | 45 | 2.15 | Shabash |
Ago 19 | 440 | 58 | 110 | 1.92 | Teldekpen |
Um vídeo de nossa viagem e da nossa briga contra a correnteza está prestes a sair. Eis o trailer:
https://www.instagram.com/p/BJqFMmrheHd/
Isso é tudo por agora. Obrigado por ler!
As melhores fotos da nossa aventura em Altai estão disponíveis aqui.