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SAS-2019: notícias de cibersegurança diretamente do lado sombrio

Olá, pessoal.

Hoje, trouxe para vocês uma nova atualização de notícias de cibersegurança do lado sombrio, desta vez, dedicada às apresentações do nosso anual Security Analyst Summit que ocorreu mês passado em Cingapura.

Uma das principais características de toda a  SAS são as apresentações dos especialistas. Ao contrário de outras conferências geopoliticamente corretas, os analistas compartilham suas descobertas sobre quaisquer ameaças cibernéticas, não importando de onde elas vêm, assim, ano após ano, seguem esse princípio. Afinal, os malwares continuam sendo malwares e os usuários precisam ser protegidos contra ameaças, independentemente das intenções de seus criadores. Você se lembra do efeito bumerangue?

E se qualquer meio de comunicação mente abertamente sobre nossos princípios e motivações, assim seja. Mas melhor que deixá-los saber que ao agir desse modo, eles não só vão contra aos nossos princípios, nós gostamos de dar o exemplo e isso demonstra a nossa liderança na resolução de operações de ciberespionagem. Além disso, eles devem saber que não planejamos mudar nossa posição em detrimento dos usuários.

Com isso em mente, deixo aqui as conversas mais interessantes, incríveis e aterrorizantes que ocorreram na SAS.

1. TajMahal

No ano passado, descobrimos um ataque a uma organização diplomática na Ásia Central. Obviamente, cibercriminosos com um alvo desse porte,  não deve surpreender ninguém. Os sistemas de informação de embaixadas, consulados e missões diplomáticas sempre atraíram o interesse de outros estados e de suas agências de espionagem ou, de qualquer pessoa com os conhecimentos e recursos financeiros necessários. Sim, todos nós lemos romances de espionagem, mas com certeza você não leu isso em nenhum livro. Os golpitas construíram um autêntico “TajMahal”, uma plataforma APT com um grande número de plugins usados (nunca vimos o uso de tantos  em uma única plataforma APT até hoje) para todos os cenários de ataque usando várias ferramentas.

O mecanismo consiste em duas partes: Tóquio, a principal backdoor, que também é necessária para completar a função de envio do último programa malicioso, e Yokohama, que possui funcionalidades diferentes, como roubar cookies, interceptar documentos da fila de impressão, registrar chamadas VoIP ( incluindo WhatsApp e FaceTime), tire screenshots e muito mais. A operação TajMahal está ativa há pelo menos 5 anos e sua complexidade pode sugerir que ela foi desenvolvida com mais de um objetivo em mente; para descobrir toda essa estratégia, tivemos que cavar um pouco mais.

Você pode encontrar todas as informações sobre esta APT aqui.

Leia em:SAS-2019: notícias de cibersegurança diretamente do lado sombrio

StoneDrill: Encontramos um Malware como o Shamoon só que mais poderoso – bem mais poderoso.

Se você é um leitor regular do blog, você já deve saber do GReAT (sigla em inglês que significa em tradução livre, Equipe de Análise e Pesquisa Global) – são mais de quarenta especialistas em cibersegurança por todo o planeta especializados em proteger nossos clientes das ciberameaças mais sofisticadas. Os membros desse time gostam de comparar os trabalhos que desenvolvem com paleontologia: explorar as profundezas da internet a procura de “ossos” de “cibermonstros”, alguns podem considerar essa abordagem ultrapassada, porque você analisaria fósseis de criaturas do passado se são os monstros de hoje que ameaçam a rede? Bem, tem uma história bem legal que prova que não é possível encontrar os monstros do presente sem olhar o passado.

Alguns de vocês devem conhecer os wipers – tipo de malware que uma vez instalados em computadores, apagam todos os seus dados – deixando o dono do computador com um hardware limpo e não operacional. O mais famoso (e infame) desse tipo é o Shamoon – malware que fez bastante barulho no Oriente Médio em 2012 ao destruir dados de mais de 30.000 terminais na maior empresa de petróleo do mundo – Saudi Aramco, atingindo também outra gigante do setor energético – a Rasgas. Apenas imagine: 30.000 computadores inoperáveis na maior empresa de petróleo do mundo.

Shamoon, Shamoon 2.0, Stone Drill, Newsbeef. Os wipers estão se espalhando pelo mundo. 

Curiosamente, desde sua campanha devastadora contra a empresa saudita, não se ouviu falar muito do Shamoon, até seu retorno em 2016 sob a alcunha de Shamoon 2.0, com diversas novas ondas de ataque – novamente no Oriente Médio.

Desde o começo das novas ondas de ataque do Shamoon, ajustamos nossos sensores em busca de tantas versões desse malware quanto possível (porque convenhamos, não queremos que nenhum dos nossos clientes seja atingido por um malware como o Shamoon). E de fato conseguimos encontrar diversas versões. Todavia, juntamente com o Shamoon, nossas redes pegaram um tipo completamente novo de wiper, que chamamos de StoneDrill.
Leia em:StoneDrill: Encontramos um Malware como o Shamoon só que mais poderoso – bem mais poderoso.